domingo, 29 de junho de 2014

Uma expressão simples da vida...

Naquela manhã, fui passear pela praia como costume, ouvir o mar, sentir a areia, deixar que o sol entrasse em minha pele e aquecesse as minhas inseguranças.
Aos fins de semana, era o meu aconchego. Aquela manhã parecia diferente, sentia-me Eu, já com menos dependências, caminhava devagar. Apesar de tudo ainda custava levantar os pés, pisar a areia como se estivesse a descobrir um caminho, que caminho?
Vim viver para junto da praia para me descobrir, descobrir o que fui e o que sou, e quando dei por mim estava a encaixar os meus pés numas pegadas de alguém, parecia mais fácil caminhar, o caminho estava traçado, era só seguir, encaixar, fazia menos esforço, a areia já estava pisada, e continuava a seguir as pegadas de alguém...de repente parei – “Mas, não foi isto que eu fiz a vida toda? Seguir as pegadas de alguém?”
Porque não posso eu caminhar, pisar a areia e criar as minhas próprias pegadas?
Posso ou não criar o meu próprio caminho? O que me impede? Inseguranças? Medos?
Posso ou não arriscar e riscar aquilo que quero ser? Traçar em traços inseguros ainda, talvez, mas a firmeza do hoje é fundamenta pela insegurança do ontem e pela certeza que o amanhã está nas minhas mãos, ou melhor dizendo, nos meus pés... Ensinaram-me a “ESTAR” descobri o “SER”.
Com pinceladas frágeis, caminhei para dentro de mim.
Não defino a cor
Sinto a cor.
Não quero copiar uma “expressão de vida”, porque
Quero “SER” VIDA.

“Pensamos em demasia e sentimos bem pouco.
Mais do que máquinas, precisamos de humanidade,
mais do que inteligência, de afeição e doçura.
Sem essa virtude, a vida será de violência e tudo será perdido” (Charles Chaplin).

Maria de Fátima Ribeiro



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